Eu quero o tudo querendo o nada Eu quero o meu inicio querendo o meu fim Eu quero o céu e procuro o chão Eu quero as pessoas e olho-me ao espelho Eu quero e quero e quero e o que Eu realmente quero é dar.

quinta-feira, junho 23, 2005

Oficina Auto

Faz muito tempo que não escrevo nada para o critico, aqui fica uma pequena história.
Fui à uns meses por o meu carro a reparar numa oficina da rede Midas, era a segunda vez que ia a uma oficina desta rede, a primeira foi um serviço básico de mudança de óleo e filtros.
Desta vez era suposto ser a mesma revisão, óleo e filtros, pediu-me um dos técnicos para deixar o carro que estavam com muito trabalho e ir buscar passadas duas horas. Fui para o trabalho até que uma hora depois recebo uma chamada da oficina, era o Gerente a dizer-me que o carro além da revisão normal precisava de correia de distribuição e mais umas quantas coisas, resumindo cerca de 350€ e só estaria pronto no dia seguinte porque a dita correia vinha da Fiat e só estaria disponivel no dia seguinte.
No dia seguinte fui levantar o carro na hora do almoço, era sexta-feira e tinha a minha maior amiga na eminência de dar á luz.
Fui trabalhar e o carro esteve parado até às 19 horas, saí para ir jantar com uns amigos, sempre à espera da chamada para ir a correr para Cascais e acompanhar o momento único da minha maior amiga, o nascimento do primeiro filho.
O telefone tocou, era a esperada chamada, devia ter 15 minutos para me por em cascais, estava em Campo de Ourique, era apanhar a A5 e estaria lá certamente em 15 minutos. Disse “estaria” porque não cheguei a estar, o carro no inicio da A5 começou por fazer uns barulhos estranhissimos, eu não conseguia perceber o que se passava mas também não queria saber, pensava eu que saindo do Hospital logo iria ver o que se passava, mas antes de chegar á portagem começo a sentir o carro perder força, andei os ultimos 2 Km a 20 KM/h até que parou a 20 metros da portagem. Ligo de imediato para a Midas, explico o sucedido, responde-me o mecânico do outro lado, já fechamos, mas não tem problema, segunda-feira venha cá que resolvemos....
O meu tom de voz alterou-se completamente, pedi para falar com o Gerente, responderam-me do outro lado que já não estava, expliquei que não podia ficar sem carro e queira um técnico ali de imediato, e caso não ligassem com o Gerente que eu arranjava forma de falar com o Master para Portugal ( a Midas é uma rede de franchising internacional) o técnico deve ter achado por bem ligar para o Gerente que me ligou em poucos minutos. A resposta mudou, chame a assistência que estará uma pessoa na oficina para o receber e ver o que se passa.
Tinha a minha maior amiga a dar á luz e eu sem poder assistir, estava fulo.
Chamei a assistência e pedi para me trazerem a Lisboa juntamente com o carro, só no dia seguinte foram levantá-lo onde tinha dado indicação. O problema era simples, a dita correia de distribuição que supostamente vinha da marca afinal por lapso não veio, era uma semelhante de marca branca...E substancialmente mais barata também, disseram que a substituiam gratuitamente. Respondi que não faziam mais que a obrigação deles e fiz questão de ver a correia que era colocada.
Midas, nunca mais.
Aqui fica para a Sandra e Matilde um beijo do tamanho do mundo e o meu pedido de desculpas por não estar presente nesse momento tão especial

sexta-feira, março 11, 2005

Moby: Hotel



Moby é um daqueles artistas que parece que sempre existiu, devido à intemporalidade da sua obra, como também à presença constante que tem tido desde há quase duas décadas.
Ganhou glória e projecção com o seu Play, mas o seu sucessor, como seria de esperar, não alcançou o mesmo sucesso comercial e, na minha opinião, artístico.
Agora surge Hotel, um álbum que segue o percurso que os anteriores já evidenciavam: pop! Sim, e que belo álbum pop este Hotel é!
Moby, não tendo uma voz muito expressiva nem potente, tenta contrabalançar essa falha com uma produção meticulosa e muito bem conseguida. De entre canções viciantes e grupais a baladas emotivas, destaco:

  • Lift Me Up – Primeiro single de apresentação, uma bem construída canção quase tribal e cheia de energia que vicia e nos faz adorá-la desde a primeira audição. A ver se possui a qualidade intemporal de outros trabalhos de Moby;

  • Temptation – Uma balada de voz feminina, sussurrante e melódica que nos transporta para tempos idos e belos;

  • Dream About Me – Um dueto de vozes que soa bem desde a primeira vez que temos contacto com esta canção simples e nostálgica, aliás, este é um álbum todo ele nostálgico em que as canções surgem dos nossos sonhos como se as tivéssemos ouvidos vezes sem conta, num passado confortável e agradável;

  • Very – É o tema disco-ícone de todo o álbum, levando-nos para os idos anos 70, onde a disco reinava e as divas eram idolatradas;

  • Slipping Away – Este é, provavelmente, o tema mais dramático e melancólico de todo o projecto, pela melodia, pela mensagem, pela emoção da voz. Uma canção pop simplesmente perfeitinha.

Uma boa surpresa e um melhoramento no trabalho de Moby depois de um menos bom 18, recomendo! Nota: 16,5/20.

segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Centros Comerciais

Sou dos poucos portugueses que não nutre uma simpatia especial por Centros Comerciais.
Frequento o mínimo possível, e faço lá as compras em última instância, com os horários de trabalho torna-se muito difícil ir ao Comércio tradicional fazer compras.

Na semana passada fui comprar uma impressora fotográfica ao Colombo, era uma oferta para o meu irmão e eu não tinha tempo de ir a uma loja de retalho, aproveitei a hora de almoço e lá entrei eu no Colombo com cara de poucos amigos para comprar a bendita da impressora, dirigi-me à Vobis, sabia o artigo que queria, tinha estado a ver as características no Catálogo da Marca, embora não me recordasse da referência falei com o funcionário e expliquei o artigo que procurava, pedi se ele me ajudava, começando por me mostrar o catálogo da marca, ao que ele respondeu: Essas impressoras estão lá para o fundo, vá lá e veja...

Eu não queria acreditar no que estava a ouvir, fiquei com cara de parvo a olhar para ele, pensei nas acções de formação que eles têm e nas histórias que nos são vendidas pelos comerciais da referida loja, ainda fui lá ao fundo e pensei.”Eu não preciso disto!!!”, saí com cara de poucos amigos da loja, o dito funcionário estava a meter a conversa em dia com uma colega e nem deu por nada.

Dirigi-me à loja Foto-Sport onde um funcionário me atendeu rapidamente e me deu toda a ajuda necessária.

Para mim era completamente indiferente comprar numa ou noutra loja, o preço era o mesmo, a partir de hoje sei onde comprar este tipo de equipamentos, não tenho quaisquer dúvidas. Na Vobis nem pensar!!!!!!!

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Leituras: Um Mundo Infestado de Demónios




Estaremos no limiar de uma nova era de obscurantismo e superstição? Nesta obra excitante e controversa, Carl Sagan explica-nos por que razão o pensamento científico é essencial para a salvaguarda das nossas instituições democráticas e civilização tecnológica. Ao longo destas páginas, o autor desmonta alguns dos mais populares mitos e pretensões da pseudociência, refutando convincentemente o argumento de que a ciência destrói a espiritualidade.


Enriquecido por diversas histórias de inegável valor humano, Um Mundo Infestado de Demónios (The Demon-Haunted World), publicado na colecção Ciência Aberta da Gradiva, é talvez a mais pessoal das obras do cientista. Entre a evocação de experiências da sua infância e o relato de grandes aventuras e descobertas do conhecimento, Sagan mostra-nos de que modo o método do pensamento científico pode ajudar-nos a eliminar os preconceitos e a atingir uma verdade tantas vezes surpreendente.

Este é o texto de apresentação que a Gradiva sugere no seu site sobre o livro a que eu chamo de Bíblia-Pessoal. Este é um livro que alterou verdadeiramente a minha forma de ver as coisas, a forma de olhar para a vida e a forma de, basicamente, pensar. Desde há muito tempo que sou de Sagan e já li praticamente tudo o que o génio da comunicação científica que ganhou inúmeros prémios internacionais escreveu.


Este, curiosamente, foi o último que li.


Foram necessários anos de leitura animada e de pensamentos revolucionariamente simples para eu, finalmente, descobrir o que penso ser a sua obra máxima. Sagan teve o seu expoente máximo (a nível de divulgação) com o projecto Cosmos, mas este livro é simplesmente magnífico porque tem o poder de mudar uma pessoa e isso não é para todos. Sagan tem a versatilidade de agradar a gregos e a troianos porque, tal como o texto sugere, Sagan consegue unir o pensamento céptico com a religião e, acima de tudo, a .


Penso que se trata de um livro imperdível e aconselho-o a toda a gente que gosta de desafios porque com este livro conseguimos aprender a pensar, e não uso isto como metáfora porque é realmente uma obra que nos vai ajudar durante a vida toda dado que nos apresenta raciocínios de lógica e poder crítico essenciais para não cairmos no conto do vigário que muita gente anda por aí a tentar impor como verdade absoluta.


Uma visita rápida aos índices de capítulos do livro mostra-nos a variedade de temas abrangidos por esta tése, desde Os Alienígenas ao A Arte de Detectar Disparates. É um livro que nos apresenta exemplos concretos que aconteceram no passado e também no presente e nos mostra como a sociedade dá muitas vezes importância a coisas que não têm qualquer imparcialidade nem cabimento.


Dois exempos rápidos e simples:
  • Sabia que a percentagem de pessoas curadas pela Fé religiosa é exactamente a mesma que a percentagem de pessoas curadas através da toma de placebos? Que significa isto? E porque é ignorado este estudo pela maioria das pessoas?

  • Sabia que dois cientistas na década de 80 conseguiram enganar a população da Austrália e todos os seus média afirmando poder curar doentes entre outras verdades absolutas e indiscutíveis. A realidade é que as pessoas supostamente doentes acreditaram com toda a sua fé que estavam a ser curadas pelos dois cientistas disfarçados. Mais! Os média nem se deram ao trabalho de averiguar a veracidade de suas identidades e feitos (todos falsos), bastaria um simples telefonema para um pavilhão nos Estados Unidos da América (onde os supostos curadores tinham supostamente tido uma reunião gigante de cura memorável) para que esta experiência fosse descoberta. Mas claro, os média nunca o fizeram e acreditaram em todas as informações que os curadores lhes deram. O fim desta história toda, aparentemente ridícula e impossível, está apresentada no livro para quem o desejar ler.

Enfim, não poderei acrescentar muito mais em relação a esta obra-prima do pensamento humano. Nota: 9,5/10.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Sem "comentários"

Deixo este excerto do Jornal "A Bola" online.
Leiam com atenção...

Mundial2006: Japão derrota Coreia do Norte
O Japão derrotou a Coreia do Sul, por 2-1, em jogo do Grupo B da zona asiática de qualificação para o Mundial2006, que será disputado na Alemanha.

Ogasawara (4 m) e Oguro (90 m) facturaram os golos da vitória japonesa ante a Coreia do Norte, que ainda reduziu a desvantagem através de Nam Song-Choi (61 m).

Com jornalistas destes...

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

O Crepúsculo dos Deuses



Sunset Boulevard... este é, pondo os pratos a limpo, passo a expressão, um dos melhores filmes de sempre, Gloria Swanson ganha, já em final de brilhante carreira no cinema-mudo, o papel da sua vida, onde a realidade e a ficção se confundem de forma sublime.


Se não bastassem as técnicas inovadores na realização de Billy Wilder neste delicioso filme de 1950, a nossa atenção é completamente apanhada pela mão decadente, excessiva, larger-then-life, psicótica da personagem central de todo este trama: Norma Desmond, uma actriz do cinema mudo a viver numa altura em que os filmes sonoros já reinavam. Esta conhece Joe Gillis, interpretado pelo também brilhante William Holden que conduz o filme, e força-o a escrever um argumento para o seu livro derradeiro, aquele que, na sua mente confusa, lhe trará a glória e fama de outros tempos. A obsessão pela juventude eterna, pela imagem perfeita, pela fama são sentimentos perturbantemente actuais o que só vem provar o génio desta história de falsidades e de ilusões numa mente que não se deixa render perante a evidência mascarada pelo estranhíssimo mordomo Mr. DeMille (interpretado por ele próprio!!! Para quem tiver o dvd, não perca os extras e a explicação e coincidências que este filme trouxe aos seus actores/realizadores).


Holden: You used to be big.
Swanson: I am big. It's the pictures that got small!


A performance de Swason é absolutamente hipnotisante, o argumento é dos mais complexos que já vi em cinema e as personagens são de uma elaborada criação. Se juntarmos a isto algum humor característico e uma tensão crescente ao longo de todo o filme, encontramos neste Sunset Boulevard, uma das obras mais belas da 7ª Arte. Nota: 9,5/10.


Swanson: All right, Mr. DeMille, I'm ready for my close-up...

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Enfermagem

Hoje, para variar um pouco, vou falar sobre a área de saúde.

Fui na Sexta-Feira, a conselho de uma amiga, a uma clínica de enfermagem, mais concretamente à Clínica de Enfermagem de Benfica.
O que fui lá fazer, ou ia, era algo tão básico como tirar um ponto, que devia ter caído mas é teimoso que nem um raio, o ponto era numa zona complicada (localização específica fica para quem me conhece).

Entrei na dita clínica e veio um senhor de idade avançada perguntar o que queria, perguntei pelo enfermeiro ao que ele respondeu que era ele mesmo, expliquei o que pretendia e fui aconselhado a ir da parte da tarde. Vvoltei a perguntar ao dito senhor se era enfermeiro, ele disse que sim mas que via mal, e como se tratava de tirar pontos tinha receio defazê-lo. Expliquei mais uma vez que não eram pontos, mas sim um único ponto, ao que ele disse sendo assim não tem problema e lá me pediu para deitar na maca.

Estava deitado em posição de tirar o ponto quando o senhor decide ir abrir a porta, alguém tocou e lá fiquei eu ali deitado à espera, voltou com uns óculos colocados no nariz. Nesta altura confesso que fiquei com algum receio, pois vi ele pegar numa pinça com mau aspecto e dizer vamos lá tirar o ponto.

Começou o terror, ele em vez de cortar o fio do ponto para poder puxar, decidiu puxar pura e simplesmente, eu mandei-o parar imediatamente, comecei por perguntar se a dita pinça estava esterilizada, ao que nem respondeu e disse que era melhor ele não o fazer porque me estava a magoar. Ele parou de imediato e disse de novo volte á tarde.

Como devem calcular, eu jamais lá voltei ou vou voltar. Continuo com o ponto por tirar e um receio enorme de ir a outro sítio. Esta Clínica foi aconselhada como sendo excelente,logo, não quero pensar nas outras...

Este é o estado da saúde em Portugal, o senhor que se diz enfermeiro não tem a culpa, os donos da clínca e o ministério da saúde são os únicos culpados.

Folklore: A confirmação!



Depois do sucesso de Whoa, Nelly!, muita gente se questionou se a Nelly Furtado seria apenas uma flavor of the month do já algo longínquo ano de 2000. Mas, após ter escutado este álbum que saiu em Novembro de 2003 e voltou a estar em destaque devido ao hino do Euro2004 no Verão seguinte, tirei as minhas dúvidas; se o álbum anterior continha temas bastante bons, este apresenta-se como um álbum mais sólido, mais adulto e com canções que se ouvirão inúmeras vezes. Sublinho os destaques:

  • Powerless: Tema de apresentação do álbum, com uma melodia agradável e uma batida quebrada, este tema foi uma óptima escolha como primeiro single. Simples, mas funcional.

  • Explode: Talvez a melhor canção energética em todo o álbum, com um início que nos agarra devido à sua originalidade e um ritmo vicíante, este tema, de alguma forma decadente e irónico, é forte e pede repetidas audições.

  • Try: Segundo single de apresentação, pode-se considerar uma daquelas cançõezinhas melosas pop perfeitas, mas a verdade é que realmente é mesmo perfeitinha, no melhor que isso nos dá. Nelly apresenta-nos uma melodia e uma prestação harmoniosas e muito sentimentais, uma das melhores em todo o álbum.

  • Força: Como toda a gente já deve saber, este foi o hino do Euro2004 e terceiro single de apresentação. Esitei em colocar a canção em destaque, não porque seja um mau tema, mas porque é, na realidade, um dos mais fracos de todo o álbum. No entanto, devido à enorme projecção que esta canção teve entre nós (repare-se que o álbum, que passou despercebido na altura de lançamento, saltou para a posição #4 na semana de estreia do campeonato em Portugal), decidi incluí-la. Sim, é básica, fácil e imediata, mas é exactamente isso que se deseja, nada mais.

  • Saturdays: Este tema é, sem dúvida, o mais simples em todo o álbum, mas a Nelly teve a coragem de inserir em Folklore uma canção não-editada, sem efeitos, apenas ela, uma viola e uma voz masculina curiosa de suporte... Mais! A Nelly engasga-se, liberta uma risada bem forte devido às provocações da voz masculina e... manteve isso tudo no álbum. Foi uma boa aposta, uma canção nostálgica que é, não o deixou de ser, mas ainda nos regala com a doçura e espontaneidade sãs.

  • Built You Up: Uma das melhores, mais uma vez... os ritmos leves e quebrados, a melodia que nos agarra e nos leva para um mundo à parte que nos tenta proteger contra os males que nos são impostos, fazem desta canção simplesmente bela.

  • Childhood dream: O hino! Sim, este é o verdadeiro hino presente em Folklore, um hino ao Amor. Gravado numa igreja, o imponente orgão cria uma ilusão mágica e a forma como a voz de Nelly se entrega a este tema avassalador e épico torna-o numa das melhores canções que alguma vez escutei. Imperdível!

Nelly Furtado pode ser críticada pelo seu sotaque pouco praticado e pela sua voz anasalada, mas a verdade é que este álbum impressionou-me, confesso que não estava à espera de tanto, pode ser que o novo impulso que este ganhou devido ao tema (fracote) Força, faça com que muitas pessoas descubram realmente o valor que Nelly nos deu ao gravar um álbum assim. Nota: 17,5/20.