Eu quero o tudo querendo o nada Eu quero o meu inicio querendo o meu fim Eu quero o céu e procuro o chão Eu quero as pessoas e olho-me ao espelho Eu quero e quero e quero e o que Eu realmente quero é dar.

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Enfermagem

Hoje, para variar um pouco, vou falar sobre a área de saúde.

Fui na Sexta-Feira, a conselho de uma amiga, a uma clínica de enfermagem, mais concretamente à Clínica de Enfermagem de Benfica.
O que fui lá fazer, ou ia, era algo tão básico como tirar um ponto, que devia ter caído mas é teimoso que nem um raio, o ponto era numa zona complicada (localização específica fica para quem me conhece).

Entrei na dita clínica e veio um senhor de idade avançada perguntar o que queria, perguntei pelo enfermeiro ao que ele respondeu que era ele mesmo, expliquei o que pretendia e fui aconselhado a ir da parte da tarde. Vvoltei a perguntar ao dito senhor se era enfermeiro, ele disse que sim mas que via mal, e como se tratava de tirar pontos tinha receio defazê-lo. Expliquei mais uma vez que não eram pontos, mas sim um único ponto, ao que ele disse sendo assim não tem problema e lá me pediu para deitar na maca.

Estava deitado em posição de tirar o ponto quando o senhor decide ir abrir a porta, alguém tocou e lá fiquei eu ali deitado à espera, voltou com uns óculos colocados no nariz. Nesta altura confesso que fiquei com algum receio, pois vi ele pegar numa pinça com mau aspecto e dizer vamos lá tirar o ponto.

Começou o terror, ele em vez de cortar o fio do ponto para poder puxar, decidiu puxar pura e simplesmente, eu mandei-o parar imediatamente, comecei por perguntar se a dita pinça estava esterilizada, ao que nem respondeu e disse que era melhor ele não o fazer porque me estava a magoar. Ele parou de imediato e disse de novo volte á tarde.

Como devem calcular, eu jamais lá voltei ou vou voltar. Continuo com o ponto por tirar e um receio enorme de ir a outro sítio. Esta Clínica foi aconselhada como sendo excelente,logo, não quero pensar nas outras...

Este é o estado da saúde em Portugal, o senhor que se diz enfermeiro não tem a culpa, os donos da clínca e o ministério da saúde são os únicos culpados.

Folklore: A confirmação!



Depois do sucesso de Whoa, Nelly!, muita gente se questionou se a Nelly Furtado seria apenas uma flavor of the month do já algo longínquo ano de 2000. Mas, após ter escutado este álbum que saiu em Novembro de 2003 e voltou a estar em destaque devido ao hino do Euro2004 no Verão seguinte, tirei as minhas dúvidas; se o álbum anterior continha temas bastante bons, este apresenta-se como um álbum mais sólido, mais adulto e com canções que se ouvirão inúmeras vezes. Sublinho os destaques:

  • Powerless: Tema de apresentação do álbum, com uma melodia agradável e uma batida quebrada, este tema foi uma óptima escolha como primeiro single. Simples, mas funcional.

  • Explode: Talvez a melhor canção energética em todo o álbum, com um início que nos agarra devido à sua originalidade e um ritmo vicíante, este tema, de alguma forma decadente e irónico, é forte e pede repetidas audições.

  • Try: Segundo single de apresentação, pode-se considerar uma daquelas cançõezinhas melosas pop perfeitas, mas a verdade é que realmente é mesmo perfeitinha, no melhor que isso nos dá. Nelly apresenta-nos uma melodia e uma prestação harmoniosas e muito sentimentais, uma das melhores em todo o álbum.

  • Força: Como toda a gente já deve saber, este foi o hino do Euro2004 e terceiro single de apresentação. Esitei em colocar a canção em destaque, não porque seja um mau tema, mas porque é, na realidade, um dos mais fracos de todo o álbum. No entanto, devido à enorme projecção que esta canção teve entre nós (repare-se que o álbum, que passou despercebido na altura de lançamento, saltou para a posição #4 na semana de estreia do campeonato em Portugal), decidi incluí-la. Sim, é básica, fácil e imediata, mas é exactamente isso que se deseja, nada mais.

  • Saturdays: Este tema é, sem dúvida, o mais simples em todo o álbum, mas a Nelly teve a coragem de inserir em Folklore uma canção não-editada, sem efeitos, apenas ela, uma viola e uma voz masculina curiosa de suporte... Mais! A Nelly engasga-se, liberta uma risada bem forte devido às provocações da voz masculina e... manteve isso tudo no álbum. Foi uma boa aposta, uma canção nostálgica que é, não o deixou de ser, mas ainda nos regala com a doçura e espontaneidade sãs.

  • Built You Up: Uma das melhores, mais uma vez... os ritmos leves e quebrados, a melodia que nos agarra e nos leva para um mundo à parte que nos tenta proteger contra os males que nos são impostos, fazem desta canção simplesmente bela.

  • Childhood dream: O hino! Sim, este é o verdadeiro hino presente em Folklore, um hino ao Amor. Gravado numa igreja, o imponente orgão cria uma ilusão mágica e a forma como a voz de Nelly se entrega a este tema avassalador e épico torna-o numa das melhores canções que alguma vez escutei. Imperdível!

Nelly Furtado pode ser críticada pelo seu sotaque pouco praticado e pela sua voz anasalada, mas a verdade é que este álbum impressionou-me, confesso que não estava à espera de tanto, pode ser que o novo impulso que este ganhou devido ao tema (fracote) Força, faça com que muitas pessoas descubram realmente o valor que Nelly nos deu ao gravar um álbum assim. Nota: 17,5/20.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Gastronomia



Hoje vou escrever sobre gastronomia.

Fui convidado por uma amiga para a inauguração do seu novo Restaurante em Setúbal de seu nome Sr. Garfo.

A Natália Abreu e o Luís tiveram um restaurante no Meco, Petisqueira de seu nome que era muito agradável, tinha um menu onde imperavam os petiscos, todos eles de fazer crescer água na boca, o ambiente era muito agrádavel.

A tábua de queijos nacionais e internacionais, as moelas, os cogumelos salteados e uma série de outros petiscos, todos eles fantáticos, o difícil é escolher, e sobremesas de por qualquer um a deliciar-se por mais uma.

Ontem no Sr. Garfo, revivi todos esses petiscos, a atenção especial de quem recebeu, e muito bem, os amigos e clientes de outros restaurantes que já tiveram, e em todos deixaram muitas saudades. O futuro deste restaurante só pode ser um, ter casa cheia todos os dias, gente gira e um sorriso especial de quem nos recebe.

Eu enquanto cliente vou concerteza contribuir para isso.

Closer: Perto Demais



Quem espera um filme a la Julia Roberts, esqueça... ou melhor, arrisque! Porque, se realmente estiver interessado num filme diferente (embora clássico), vai ter uma grande e agradável surpresa!

Adorei este filme, tornou-se facilmente um dos melhores que vi nos últimos tempos. A complexidade das emoções sentidas pelas quatro personagens neste jogo de Amor e Ódio, (des)confiança e (des)entrega, perda e abandono está muito bem retratada e explorada.

A banda sonora é um aspecto, a meu ver, também essêncial para a compreensão dos sentimentos que o filme quer despertar, porque com ela conseguimos penetrar nos sentimentos confusos, incoerentes, estranhos e infantis que aquelas personagens estão a viver durante um conjunto de situações perturbantemente familiares.

O argumento adulto baseia-se numa peça de teatro com o mesmo nome e este é o filme de estreia de Mike Nichols, a mesma pessoa que nos trouxe a série recentemente exibida entre nós na :2 Anjos na América. Nichols promete, e a forma como acompanha os diálogos soberbos tornam o filme numa autêntica peça de teatro em que os actores são reis e em que nada é descurado.

A não perder! Nota: 18/20.

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Scissor Sisters: 80's are back!!!



Foi com agradável surpresa que escutei este albúm dos Scissor Sisters, logo nos primeiros segundos nota-se um certo cuidado na produção geral da música que nos é apresentada de uma forma quase luxuriante, dado que é raro o momento neste trabalho onde a qualidade é descuidada.
Estas sisters são na realidade quatro brothers (Paddy Boo, Jake Shears, BabyDaddy e Del Marquis) e uma única sister (Ana Matronic) e todos eles conseguem implementar um ambiente que nos recorda dos idos anos oitenta (até mesmo os anos setenta) numa miscelanea de sonoridades renovadas e frescas.
Das onze faixas incluídas na versão portuguesa (há outras com 14 faixas), destaco:
  • Comfortably Numb- Original dos Pink Floyd e primeiro single de apresentação, é uma canção bastante viva e leva-nos a reviver os tempos áureos da disco.

  • Mary- É incrível a semelhança da voz que interpreta esta simples canção com a do larger-then-life Elton Jonh... bons tempos.

  • Tits On The Radio- Sim, leram bem, é mesmo este o título da canção suportada pela voz de Matronic e inesperadamente interrompida por um falsete de Shears que faz concorrência aos melhores dos Bee Gees. Uma boa canção para ouvir de cabelos ao vento...

  • Filthy/Gorgeous- Uma das canções mais nostálgicas em todo o álbum, mas não se pense que é uma canção melosa, longe disso, o ritmo acelerado, as vozes histéricas, os suspiros provocantes e os blips retro fazem desta canção uma das mais viciantes em todo o álbum.

  • It Can't Come Quickly Enough- Na minha opinião, esta é o melhor tema neste Scissor Sisters, uma produção imaculável, um ambiente retrospectivo e uma voz emotiva tornam esta uma das canções eleitas de 2004. É simples, mas funciona na perfeição, o seu tom melancólico e melodia típica dos anos oitenta tornam-na especial no meio do ruído da generalidade das canções de hoje em dia.

Em suma, um álbum para se ouvir do início ao fim, apresenta-nos temas mais excitados igualmente como temas mais calmos, mas a qualidade mantém-se em todos eles. Considero-o um dos álbuns de 2004, nota: 17/20

quarta-feira, janeiro 26, 2005

American Life- O anti-climax



O álbum American Life marca mais um momento fulcral na gigantesca carreira de uma das maiores estrelas de sempre da música pop: Madonna. Depois dos enormes sucessos de Ray of Light e Music, Madonna re-inventa-se mais uma vez e surge no seu palco que é o mundo com uma das suas imagens mais agressivas de sempre: no vídeo original do primeiro single, Madonna transforma-se numa heroína com farda militar e saltos-altos que luta contra a ideia (ironizada) de guerra e dos média tablóides. O vídeo, que ainda passou durante alguns dias em canais europeus e sul-americanos, foi colocado na prateleira devido ao enorme escandalo (alimentado precisamente pelos média tablóides) e a diversos rumoures de ameaças de morte.
Toda esta situação acabou por ferir em alguns mercados as vendas do álbum (curiosamente, esses mercados/países eram governados por líderes pró-guerra), mas a força que a própria Madonna tem não impediu que o álbum American Life liderasses os tops de mais de 15 países na sua semana de estreia.
Escandalos à parte, resta aquilo que mais admiro na carreira desta pessoa que nos invade há mais de 20 anos: a sua música; e por isso mesmo aqui vem a crítica, por tema, do álbum American Life:
  • American Life- Primeiro verdadeiro single de apresentação deste álbum (depois de Die Another Day que também fez parte da banda sonora do blockbuster James Bond). Quando o escutei pela primeira vez, pensei que fosse falso, havia algo na estrutura desta canção que simplesmente não fazia sentido. Caos é a palavra que me surgiu. A sonoridade característica do co-produtor francês Mirwais está mais presente que nunca e, se de início se estranha, após algumas escutas atentas, entranha-se. Posso dizer que, passado mais de um ano do lançamento deste single, ele soa melhor que nunca e é agora que se entende o seu significado e a razão desta escolha para single de apresentação. A produção, supostamente simplista, torna-se megalónoma e transmite-nos cruamente a violência de que fala em contraste genial com o melódico refrão. American Life funciona e quem discordar terá que escutar as várias versões que têm saído tanto em remixes, como nas versões ao vivo da Re-Invention Tour (onde é considerada um dos melhores momentos do espectáculo). A idolatração da fama pura, sem qualquer significado ou mensagem ou valor, e o caminho fácil para lá se chegar é esmagado por esta canção de combate.

  • Hollywood- O segundo single de American Life mostra um contraste com o primeiro, pelo menos em termos musicais (o seu ritmo viciante e bem-disposto torna esta canção óptima para um dia solarento), dado que, em termos de mensagem básica, a canção segue os passos da sua antecessora: irónica, decadente e crua. Fama fácil e sem qualidade, fama, fama, fama! Madonna consegue com Hollywood juntar dois mundos, o do puro entertenimento com a crítica implícita presente. A produção mostra-se mais fresca e até mais original que o primeiro single com a sua distorção de voz incrível na parte final da canção a que se segue um silêncio estratégico seguido desde logo pelo ritmo e pelas guitarras que nos fazem abanar.

  • I'm So Stupid- Odiada por muitos, amada por outros tantos. I'm So Stupid é sem dúvida uma das canções mais originais do álbum. A união que faz entre o techno e o rock está muito bem conseguida, mas é logo no início da canção que surge o momento mais polémico da canção: uma voz distorcida de Madonna surge de repente do nada e mantém a mesma nota/tom durante diversos segundos, não há ritmo, não há melodia, apenas a pixelizada voz. São estes ruidosos segundos que fazem muita gente torcer o nariz e procurar em desespero o botão de next... É uma canção díficil, não há dúvida, com uma letra algo estranha e nem sempre clara em termos gramaticais. A voz de Madonna faz lembrar a dos tempos em que ela cantava em bandas de garagem e parece mais solta que nunca pois é isso mesmo que Madonna canta: soltar-se de todas as coisas fúteis da vida e amarrar-se apenas ao que é verdadeiramente importante.

  • Love Profusion- Esta é a primeira canção mais usual que surge em American Life (e terceiro single de apresentação), mas isso não significa que esteja abaixo das anteriores, porque a melodia feliz e a prestação sentimental que esta balada com ritmo nervoso carrega, tornam-na numa das mais agradáveis canções de se ouvir em todo o álbum e Madonna apresenta-nos assim uma das suas marcas no mundo da música: canções pop perfeitas. O tema é simples, mas sincero: o caos pode-nos cercar, mas, se partilharmos o amor com alguém, tudo estará bem (ou nas palavras de Dulce Pontes: Seja o que for que o Amor me traga, sei que é Primavera neste Inverno).

  • Nobody Knows Me- Talvez este seja o primeiro grande momento de dança do álbum, Nobody Knows Me é um autêntico hino nas pistas de dança e, se de início a estrutura da canção provocou alguma estranheza, é das canções mais viciantes que Madonna alguma vez escreveu (não é consensual entre os fãs, esta é uma canção que provoca uma reacção de amor/ódio em quem a ouve). O tema é uma continuação do tratado nas canções anteriores, ela canta que, apesar de toda a fama que possui (ela é a mulher mais famosa do mundo viva), ninguém na realidade a conhece e que ela se tenta proteger do mundo exterior e das suas mentiras e fofocas inúteis filtrando tudo o que consome desta sociedade global em que vivemos, concentrando-se apenas nas coisas verdadeiras e importantes. Mas a grande estrela da canção é mesmo a sua produção: o ritmo quebrado, o uso do vocoder, as paragens e as variações na estrutura musical (tudo rodeado por uma verdadeira mensagem) tornam a canção num autêntico fenómeno musical para os ouvidos e um must para os admiradores de música techno.

  • Nothing Fails- Esta é a primeira canção verdadeiramente calma de American Life e tornou-se desde cedo uma das favoritas entre os fãs, a sua melodia desliza pelo ar e espalha um bem-estar honesto e que reitera a ideia expressa na letra da canção: o Amor protege-nos nos momentos em que tudo corre mal à nossa volta. Nothing Fails poderia ser apenas uma canção simpática, mas um momento transforma-a num épico: o coro gospel; este surpreende o ouvinte ao surgir do alto e a dramatizar a canção até limites quase religiosos; e tal como surgiu, também o coro gospel desvanece-se e deixa a voz de Madonna continuar a canção calmamente. É uma canção acima da média do que se ouve nas rádios, mas a sua colocação logo a seguir ao energético Nobody Knows Me acaba por ferir um pouco a sua performance, pois quem escuta o álbum tem uma paragem excessivamente súbita e pouco natural.

  • Intervention- Confesso que quando escutei esta canção pela primeira vez pensei que era mais uma daquelas canções sobre o Amor, muito melosas e escritas à base de clichés, mas a verdade é que, umas semanas depois, Intervention começou a ganhar um certo respeito e admiração da minha parte. Sim, a canção recorre a alguns truques mil-vezes usados (nomeadamente no refrão), mas é tão sincera, tão melodiosa (as guitarras estão mesmo excelentes), tão harmoniosa que se aproxima muita da canção de Amor perfeita. Como costumo dizer, é daquelas canções que me espetam sempre um sorriso nos lábios (e isso já é tanto!).

  • X-Static Process- Trata-se de uma das canções mais despidas da Madonna (e nada de piadas!), a sua voz, uma viola acústica e uma melodia (curiosamente semelhante ao piano de Erotica) que podia muito bem ser cantada por um acordeão, nada mais. É uma canção muito pessoal onde Madonna parece fazer um dueto consigo própria num enleado de vozes e tons, tudo muito complexamente simples. A mensagem é clara, e as palavras de Madonna em Paris sucintam a sua ideia base: If you give Man/Christ more power then they diserve, you will get f*cked; não devem ser necessárias traduções...

  • Mother & Father- Imaginar Madonna a cantar letras de canções básicas e até infantis talvez nem seja novidade para algumas pessoas, mas se desta vez ela o fizer noutra perspectiva e cantá-las como sendo mesmo uma criança e revivendo toda a sua infância (onde perdeu a mãe e teve que aprender a partilhar a casa com a madrasta) como se viajasse no tempo, talvez seja bem mais interessante e, contraditoriamente, mais adulto. Esta canção apresenta uma voz fina e, como se disse, infantil de Madonna a cantar palavras que poderiam ter sido vividas por uma criança de 6 anos, mas se a imaturidade inicial confunde o ouvinte, a crueldade das palavras expelidas a meio da canção numa das paragens/variações mais violentas que já ouvi pela sua crueza, torna esta canção das mais maduras que Madonna escreveu e para comprová-lo basta escutar a versão ainda mais poderosa interpretada na Re-Invention Tour. O final da canção parece uma tortura de sons que raspam os nossos tímpanos, mas é isso mesmo que a canção quer transmitir. Não é uma canção fácil, mas a infância de Madonna também não a foi.

  • Die Another Day- Canção épica, um hino de força e resistência. A repetição incontável do refrão quase amaldiçoou a dita canção, mas a energia da sua produção, da sua mensagem e, claro está, da sua intérprete, acabaram por tornar esta canção num dos maiores êxitos de 2002. Originalmente, Die Another Day foi escrita para a banda sonora do filme 007: James Bond- Die Another Day, mas Madonna decidiu inclui-la também em American Life e, na minha opinião, foi uma boa escolha, dado que esta canção segue exactamente o tema base do álbum, tanto musicalmente, como liricamente. É uma das canções mais bem produzidas (por Madonna e Mirwais) na carreira da artista e sobressaiu no meio da homogenidade musical do presente. Os violinos larger-then-life envoltos por batidas e ritmos quebrados techno dão à canção uma energia grandiosa, e o uso do vocoder dá a pitada avant-garde ao tema.

  • Easy Ride-A canção que fecha o álbum tem um início fabuloso, como se se tratasse de um filme antigo, a orquestra surge do silêncio levando-nos para o ambiente suave de Easy Ride. A orquestra cessa e a canção começa com o som de uma simples viola e a voz nua de Madonna que parece estar a terminar a sua viagem de busca que todo este projecto lhe fez percorrer; a sua visão encontra-se mais nítida, canta ela. Após o primeiro refrão (que faz surgir uma inesperada batida), o ambiente adensa-se com uma belíssima prestação de orquestra onde agora também já se incluem sons electrónicos suaves. No final do último refrão surgem mais uma ideia de génio, a orquestra parece continuar e então esta começa a repetir-se continuamente num loop doentio e desfigurante que nos obriga percorrer tudo o que o álbum nos quis transmitir e todo o caos que é necessário atravessar nas nossas vidas até que... o loop termina e a orquestra continua por breves segundos para terminar a sua melodia como um suspiro, um suspiro de alívio, paz e felicidade.

American Life é daqueles álbuns que parece ser simples demais, básico, cru... mas é nisso mesmo que eu vejo a sua genialidade. Eu pensava que me iria cansar de ouvi-lo pouco tempo depois de o ter comprado (2 ou 3 meses), mas verdade é que, após 22 meses, American Life ainda se mantém reinante na minha aparelhagem e nunca outro álbum (de Madonna ou outro artista) conseguiu um reinado tão longo. É um álbum controverso, com muita energia e violência, mas está longe de ser um álbum violento por si só, pois a mensagem é positiva e é isso que falta no mundo da música actual: mensagem. Honesta, limpa e f*ck it! Nota: 18/20.


Primeiro Post

Cá estou eu em conjunto com o meu sobrinho num blog que acredito vai ser um sucesso.
Vamos falar de tudo um pouco, criticar muito, os temas vão ser variados, a critica vai surgir naturalmente. Desde o assunto mais banal ao mais profundo...
Preparem-se
Até breve

terça-feira, janeiro 25, 2005

A minha primeira entrada

Já está!!!

N' O Crítico de Serviço proponho partilhar com os (caros) leitores as críticas mais proliferantes aos mais variados assuntos, desde os mais verdadeiramente interessantes, aos mais brutalmente desinteressantes.

Espero poder também partilhar aqui as minhas paixões: literatura e fotografia/grafismo. Em todas as situações será apresentada aos (caros) leitores a respectiva e essêncial crítica desinteressada do próprio artista.

Sintam-se livres de comentar o que acharem bem,

beijos e abraços aos respectivos (caros) leitores,

PJ, o crítico de serviço.